Imagem retirada do Portal CPAD NEWS, como também o texto abaixo transcrito, de autoria do pastor Ciro Sanches Zibordi.
Sou contra — por que a Palavra de Deus também o é — ao movimento neoassembleiano, que é experiencialista e prioriza manifestações como “cair no poder”, “unção do riso”, “unção do leão”, “unção da lagartixa”, além da ênfase exagerada à prosperidade financeira, que muitos chamam de uma “unção financeira dos últimos dias”.
Como tenho dito em meus livros editados pela CPAD, pessoas sinceras e tementes a Deus estão certas de que o “cair no Espírito” e a “unção do riso” são bíblicos. E algumas se apegam ao fato de manifestações similares às mencionadas terem ocorrido na Rua Azusa, em Los Angeles, no começo do século XX, e no início da Assembleia de Deus no Brasil. Mas é claro que as experiências relacionadas com o reavivamento do Movimento Pentecostal não se comparam com as aberrações que vemos hoje.
Naquela época, não havia paletó e sopro “ungidos”, empurrões “sutis”, uivos, rugidos, latidos, pessoas rastejando pelo chão, grudadas na parede, etc. Além disso, não se deve supervalorizar as experiências vividas pelos pentecostais do começo do século XX, a ponto de as equipararmos às incontestáveis verdades da Bíblia. Devemos, sim, respeitar os pioneiros, mas a nossa fonte primacial, precípua, de autoridade tem de ser a Palavra de Deus.
O “cair no poder”, a “unção do riso” e manifestações afins não se coadunam com os princípios e mandamentos contidos em 1 Coríntios 14. Essas manifestações aberrantes não edificam (v.12); contrapõem-se ao uso da razão, necessário num culto genuinamente pentecostal (vv.15,20,32); levam os incrédulos a pensarem que os crentes estão loucos (v.23); e promovem desordem generalizada (vv.26-28,40).
Muitos neoassembleianos, defensores dessas manifestações, dizem que estão na liberdade do Espírito, porém o texto de 1 Coríntios 14 não avaliza toda e qualquer manifestação. No culto genuinamente pentecostal deve haver julgamento, discernimento, análise, exame (vv.29,33). Por isso, no versículo 37, está escrito: “Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que essas coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor”. Leia também 1 Tessalonicenses 5.21 (ARA); João 7.24 e 1 João 4.1.
Não tenho dúvidas de que o Senhor opera milagres extraordinários em nosso meio. Ele é o mesmo (Hb 13.8). Mas o que temos visto hoje em algumas Assembleias de Deus são práticas viciosas e repetitivas. Jesus curou um cego com lodo que fez com a sua própria saliva, porém Ele não metodizou esse modo de dar vista aos cegos. A obra de Deus surpreende, impressiona, positivamente, e deixa todos maravilhados (Lc 5.26). As falsificações são viciosas, premeditadas, propagandeadas, a fim de que o milagreiro receba a glória que é exclusivamente de Deus (Is 42.8).
O “cair no poder”, a “unção do riso” e outros “moveres” não têm apoio das Escrituras e não podem ser equiparados ao batismo com o Espírito Santo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, mencionado com clareza na Palavra de Deus (Jl 2.28,29; Mc 16.15-20; At 2; 10; 19; 1 Co 12-14, etc.). Por isso, os neoassembleianos recorrem a passagens que nada têm que ver com o assunto.
Citam textos como 2 Crônicas 5.14 e 1 Reis 8.10,11 e dizem, com a boca cheia: “Os sacerdotes não resistiram a glória de Deus e caíram no poder”. Que engano! Veja o que a Bíblia realmente diz: “E sucedeu que saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a Casa do SENHOR. E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR enchera a Casa do SENHOR” (1 Rs 8.10,11). Observe que eles saíram do local; não ficaram ali caídos. Não houve também um “arrebatamento em grupo”.
A frase “não podiam ter-se em pé” tem sido empregada de modo errôneo e abusivo pelos neoassembleianos. Eles a interpretam como “caíram no poder”. Mas ela, na verdade, denota que os sacerdotes “não puderam permanecer ali”, o que fica ainda mais claro na versão Almeida Revista e Atualiza (ARA). Eles não suportaram permanecer no local ministrando! Não tinham como resistir a glória divina presente ali. Por isso, não permaneceram no local. Onde está escrito que eles caíram no poder?
Outro texto citado erroneamente em abono às manifestações neoassembleianas é João 14.12, pelo fato de mencionar “coisas maiores” do que as realizadas por Jesus. Mas o termo “obras” (gr. ergon) significa: “trabalho”, “ação”, “ato” (VINE. W.E., Dicionário Vine, CPAD, pp.764,827), e não “milagres” ou “manifestações”, estritamente. Essas obras maiores incluem tanto a conversão de pessoas a Cristo, como a operação de milagres (At 2.41,43; 4.33; 5.12; Mc 16.17,18). Exegeticamente, são obras maiores em número e em alcance. Dizem respeito à quantidade em lugar de qualidade. João 14.12, por conseguinte, não avaliza truques, trapaças, experiências exóticas e antibíblicas, além de fenômenos “extraordinários” (cf. Dt 13.1-4; 2 Ts 2.9; Mt 7.21-23).
O paradigma, o modelo, dos pregadores da Assembleia de Deus deve ser o Senhor Jesus Cristo, que andou na terra fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo porque Deus era com Ele (At 10.38). É perigoso quando resolvemos ter um ministério “sem limites”, em que nada pode ser contestado, à luz da Bíblia. Tudo deve, sim, ser regulado, controlado pelo Espírito Santo e pela vontade de Deus esposada em sua Palavra (Mt 7.15-23; 1 Jo 4.1; 1 Ts 5.21; 1 Co 14.29; Jo 7.24, etc.).
Na Palavra de Deus não há nenhum fundamento para o “cair no poder” e outras aberrações. O Senhor Jesus nunca derrubou ninguém. Ele não arremessa pessoas ao chão mediante sopros “ungidos” e golpes de paletó. Quem gosta de lançar as pessoas ao chão é o Diabo (Mc 9.17-27). Em Lucas 4.35, está escrito: “E Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai dele. E o demônio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele, sem lhe fazer mal”. Jesus, o maior Pregador que já andou na terra, e seus apóstolos nunca impuseram as mãos sobre pessoas para levá-las ao chão. Eles jamais sopraram sobre elas ou lançaram parte de suas roupas a fim de derrubá-las.
Considero importantes os milagres e as curas, no nosso meio, Mas, na hierarquização feita por Deus, o Ministério da Palavra tem prioridade (1 Co 12.28; Jo 10.41). Os sinais, prodígios e maravilhas devem ocorrer naturalmente, como consequência da pregação do Evangelho (Mc 16.15-20). E Deus precisa estar no controle, sempre. Mas hoje há muita imitação, falsificação, misticismo no meio dito assembleiano, que é na verdade neoassembleiano.
“Converte-nos, SENHOR, a ti, e nós nos converteremos; renova os nossos dias como dantes” (Lm 5.21).
Ciro Sanches Zibordi
Como tenho dito em meus livros editados pela CPAD, pessoas sinceras e tementes a Deus estão certas de que o “cair no Espírito” e a “unção do riso” são bíblicos. E algumas se apegam ao fato de manifestações similares às mencionadas terem ocorrido na Rua Azusa, em Los Angeles, no começo do século XX, e no início da Assembleia de Deus no Brasil. Mas é claro que as experiências relacionadas com o reavivamento do Movimento Pentecostal não se comparam com as aberrações que vemos hoje.
Naquela época, não havia paletó e sopro “ungidos”, empurrões “sutis”, uivos, rugidos, latidos, pessoas rastejando pelo chão, grudadas na parede, etc. Além disso, não se deve supervalorizar as experiências vividas pelos pentecostais do começo do século XX, a ponto de as equipararmos às incontestáveis verdades da Bíblia. Devemos, sim, respeitar os pioneiros, mas a nossa fonte primacial, precípua, de autoridade tem de ser a Palavra de Deus.
O “cair no poder”, a “unção do riso” e manifestações afins não se coadunam com os princípios e mandamentos contidos em 1 Coríntios 14. Essas manifestações aberrantes não edificam (v.12); contrapõem-se ao uso da razão, necessário num culto genuinamente pentecostal (vv.15,20,32); levam os incrédulos a pensarem que os crentes estão loucos (v.23); e promovem desordem generalizada (vv.26-28,40).
Muitos neoassembleianos, defensores dessas manifestações, dizem que estão na liberdade do Espírito, porém o texto de 1 Coríntios 14 não avaliza toda e qualquer manifestação. No culto genuinamente pentecostal deve haver julgamento, discernimento, análise, exame (vv.29,33). Por isso, no versículo 37, está escrito: “Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que essas coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor”. Leia também 1 Tessalonicenses 5.21 (ARA); João 7.24 e 1 João 4.1.
Não tenho dúvidas de que o Senhor opera milagres extraordinários em nosso meio. Ele é o mesmo (Hb 13.8). Mas o que temos visto hoje em algumas Assembleias de Deus são práticas viciosas e repetitivas. Jesus curou um cego com lodo que fez com a sua própria saliva, porém Ele não metodizou esse modo de dar vista aos cegos. A obra de Deus surpreende, impressiona, positivamente, e deixa todos maravilhados (Lc 5.26). As falsificações são viciosas, premeditadas, propagandeadas, a fim de que o milagreiro receba a glória que é exclusivamente de Deus (Is 42.8).
O “cair no poder”, a “unção do riso” e outros “moveres” não têm apoio das Escrituras e não podem ser equiparados ao batismo com o Espírito Santo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, mencionado com clareza na Palavra de Deus (Jl 2.28,29; Mc 16.15-20; At 2; 10; 19; 1 Co 12-14, etc.). Por isso, os neoassembleianos recorrem a passagens que nada têm que ver com o assunto.
Citam textos como 2 Crônicas 5.14 e 1 Reis 8.10,11 e dizem, com a boca cheia: “Os sacerdotes não resistiram a glória de Deus e caíram no poder”. Que engano! Veja o que a Bíblia realmente diz: “E sucedeu que saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a Casa do SENHOR. E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR enchera a Casa do SENHOR” (1 Rs 8.10,11). Observe que eles saíram do local; não ficaram ali caídos. Não houve também um “arrebatamento em grupo”.
A frase “não podiam ter-se em pé” tem sido empregada de modo errôneo e abusivo pelos neoassembleianos. Eles a interpretam como “caíram no poder”. Mas ela, na verdade, denota que os sacerdotes “não puderam permanecer ali”, o que fica ainda mais claro na versão Almeida Revista e Atualiza (ARA). Eles não suportaram permanecer no local ministrando! Não tinham como resistir a glória divina presente ali. Por isso, não permaneceram no local. Onde está escrito que eles caíram no poder?
Outro texto citado erroneamente em abono às manifestações neoassembleianas é João 14.12, pelo fato de mencionar “coisas maiores” do que as realizadas por Jesus. Mas o termo “obras” (gr. ergon) significa: “trabalho”, “ação”, “ato” (VINE. W.E., Dicionário Vine, CPAD, pp.764,827), e não “milagres” ou “manifestações”, estritamente. Essas obras maiores incluem tanto a conversão de pessoas a Cristo, como a operação de milagres (At 2.41,43; 4.33; 5.12; Mc 16.17,18). Exegeticamente, são obras maiores em número e em alcance. Dizem respeito à quantidade em lugar de qualidade. João 14.12, por conseguinte, não avaliza truques, trapaças, experiências exóticas e antibíblicas, além de fenômenos “extraordinários” (cf. Dt 13.1-4; 2 Ts 2.9; Mt 7.21-23).
O paradigma, o modelo, dos pregadores da Assembleia de Deus deve ser o Senhor Jesus Cristo, que andou na terra fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo porque Deus era com Ele (At 10.38). É perigoso quando resolvemos ter um ministério “sem limites”, em que nada pode ser contestado, à luz da Bíblia. Tudo deve, sim, ser regulado, controlado pelo Espírito Santo e pela vontade de Deus esposada em sua Palavra (Mt 7.15-23; 1 Jo 4.1; 1 Ts 5.21; 1 Co 14.29; Jo 7.24, etc.).
Na Palavra de Deus não há nenhum fundamento para o “cair no poder” e outras aberrações. O Senhor Jesus nunca derrubou ninguém. Ele não arremessa pessoas ao chão mediante sopros “ungidos” e golpes de paletó. Quem gosta de lançar as pessoas ao chão é o Diabo (Mc 9.17-27). Em Lucas 4.35, está escrito: “E Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai dele. E o demônio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele, sem lhe fazer mal”. Jesus, o maior Pregador que já andou na terra, e seus apóstolos nunca impuseram as mãos sobre pessoas para levá-las ao chão. Eles jamais sopraram sobre elas ou lançaram parte de suas roupas a fim de derrubá-las.
Considero importantes os milagres e as curas, no nosso meio, Mas, na hierarquização feita por Deus, o Ministério da Palavra tem prioridade (1 Co 12.28; Jo 10.41). Os sinais, prodígios e maravilhas devem ocorrer naturalmente, como consequência da pregação do Evangelho (Mc 16.15-20). E Deus precisa estar no controle, sempre. Mas hoje há muita imitação, falsificação, misticismo no meio dito assembleiano, que é na verdade neoassembleiano.
“Converte-nos, SENHOR, a ti, e nós nos converteremos; renova os nossos dias como dantes” (Lm 5.21).
Ciro Sanches Zibordi
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