22 de abril de 2009

USOS E COSTUMES ASSEMBLEIANOS: "CURIOSIDADES"

"Em seu livro 'A Igreja, o país e o mundo: desafios a uma fé engajada', o Bispo Anglicano Robson Cavalcanti, ao falar sobre questões culturais, e de forma mais específica, sobre a maneira das mulheres 'Assembleianas' se vestirem, nos diz o seguinte:



'Por que as mulheres da Assembleia de Deus no Brasil se vestem assim, quando em outros países do mundo, até mesmo da América Latina, não o fazem? É um costume da Assembleia de Deus no Brasil. Aí, você vai descobrir que essa denominação não começa no sul, mas no norte e no Nordeste, na zona rural. Converteram-se pessoas que vinha da Igreja Católica, da religião popular. E quem viveu no interior do Nordeste, nos anos de 40-60, percebe que a beata católica tinha como características não se pintar, usar cabelos longos presos e roupas longas. Tal costume, então, dessa denominação é, na verdade, uma absorção da cultura católica popular, que depois se tornou doutrina.' (CAVALCANTI, p. 145, 2000)



Penso que a questão não se limita apenas ao que foi colocado acima, mas também, ao processo de 'conversão à cultura dos missionários'.

No ano de 1946, o missionário sueco Otto Nelson (1891-1982), então presidente da Assembléia de Deus em São Cristovão, Rio de Janeiro, em sessão ordinária, deliberou o seguinte:

'1) Não será permitido a nenhuma irmã membro desta igreja raspar sobrancelhas, cabelo solto, cortado, tingido, permanente ou outras extravagâncias de penteado, conforme usa o mundo, mas que se penteiem simplesmente como convém às que professam a Cristo como Salvador e Rei.

2) Os vestidos devem ser suficientemente compridos para cobrir o corpo com todo pudor e modéstia, sem decotes exagerados e as mangas devem ser compridas.

3) Se recomenda às irmãs que usem meias, especialmente as esposas dos pastores, anciãos, diáconos, professoras de Escola dominical, e dos que cantam no coro ou tocam.

4) Esta resolução regerá também toda as congregações desta igreja.

5) As irmãs que não obedecerem ao que acima foi exposto serão desligadas da comunhão por um período de três meses. Terminando o prazo, e não havendo obedecido à resolução da igreja, serão cortadas definitivamente por pecado de rebelião.

6) Nenhuma irmã será aceita em comunhão se não obedecer a estas regras de boa moral, separação do mundo e um vida santa com Jesus. Estamos certos de que todas as irmãs que amam ao Senhor Jesus cumprirão, com gozo, o que foi resolvido pela igreja.

O Ministério'


(Fonte: Daniel, Silas. História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004. p. 219)

A resolução acima foi publicada no Mensageiro da Paz, gerando uma polêmica que culminou numa retratação, publicada na edição da 2ª quinzena de janeiro de 1947 do já citado jornal:


'AVISO

O Ministério da Assembléia de Deus no Rio de Janeiro deseja fazer público que, de acordo com a igreja, retira as regras publicadas no Mensageiro da Paz da 1ª quinzena de julho, estabelecidas para as irmãs membros da igreja, pois sem elas as irmãs obedecem a Palavra de Deus (grifo nosso).

O Ministério'

(Fonte: idem, p. 222)


O missionário Otto Nelson (foto) trabalhou também nos Estados de Alagoas (1915-1930) e Bahia (1930-1936). 'Por outro lado, apesar de as resoluções de São Cristovão terem sido atribuídas ao presbitério da igreja, sabe-se que Gunnar Vingren e Otto Nelson foram os missionários suecos mais rígidos em termos de vestimentas' (Ibdem, p. 220)


Diante de todas as questões que envolvem usos e costumes, a imposição de regras nos termos aqui expostos, não é o melhor caminho. Prefiro a promoção de uma tomada de consciência quanto ao bom senso e ao pudor, fundamentados nos princípios espirituais, éticos e morais da Santa Palavra de Deus.

fonte: http://www.altairgermano.com/2009/04/usos-e-costumes-assembleianos.html"

Aprendendo a amar a dádiva da Igreja

"É difícil para nós, membros da comunidade da Nova Aliança, compreendermos o significado destes poucos versículos: “Depois, Arão levantou as mãos para o povo e o abençoou; e desceu, havendo feito a oferta pelo pecado, e o holocausto, e a oferta pacífica. Então, entraram Moisés e Arão na tenda da congregação; e, saindo, abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o povo. E eis que, saindo fogo de diante do SENHOR, consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que, vendo o povo, jubilou e prostrou-se sobre o rosto.” Levítico 9.22-24

Imagine a apreensão de Israel durante a consagração dos levitas e do seu serviço no tabernáculo. Esta foi a primeira vez que Israel juntou-se como uma assembléia para sacrificar ao Senhor após o incidente do bezerro de ouro, Êxodo 32. O Senhor consumiria as ofertas no altar do tabernáculo após a edificação pecaminosa daquele outro altar? A glória do Senhor apareceria para todo Israel como havia aparecido a Moisés? Seria o terrível pecado de Israel um obstáculo grande demais para a aparição gloriosa do Senhor em meio a seu povo escolhido? Aparentemente não. Pois o Senhor consumiu as ofertas no altar e a Sua glória apareceu para todo Israel. O povo viu. Eles gritaram. E prostraram-se sobre seus rostos.

Naquele momento, Israel foi tomado por algo que a Igreja, hoje tem tido como certo, isto é, a gratuidade da presença de Deus. Muitas vezes esquecemos-nos das imagens dos Evangelhos que falam do preço inestimável que foi pago por nossa readmissão à presença divina: o escurecimento dos céus, o tremor da terra, o rasgar do véu, e o clamor apaixonado de nosso Salvador. Deus literalmente moveu os céus, e a terra para dar Seu Filho, de tal forma que pudéssemos nos deleitar participando de Sua glória, que será totalmente nossa no novo céu e na nova terra.

A gratuidade da presença de Deus, contudo, não vem sem uma parcela de responsabilidade. Pois quando Deus nos purificou de nossos pecados pelo sangue de Cristo, para que pudéssemos desfrutar da sua gloriosa presença, Ele também nos fez em um reino de sacerdotes, para o seu serviço e glória, Apocalipse 1.5-6. As repercussões deste ato são duplas: primeiro, a adoração não é algo que consumimos para preencher o vazio em nossos corações. De fato, a adoração é a ocasião em que oferecemos nossas vidas, como sacrifício vivo para Deus e assim somos consumidos por sua glória, tendo os desejos dos nossos corações transformados pela beleza e majestade de Deus. Em segundo lugar, o contexto da adoração – a Igreja – não deveria ser visto como um projeto sociológico, no qual experimentamos nossos diversos talentos e dons. Na verdade, a Igreja é uma dádiva divina, o corpo criado pela proclamação da Palavra e ajuntado pelo Espírito, que dá dons à Igreja para que sejam usados no ministério e no serviço.

A Igreja, portanto, não é algo que possamos experimentar de acordo com nossos gostos e preferências, procurando pela comunidade que melhor responda a nossos interesses e desejos. De fato, a Igreja é onde encontramos a presença transformadora de Deus, onde rendemos nossos corações e mentes com seus gostos, preferências interesses e desejos como instrumentos nas mãos de Deus para alcançar seus objetivos.

A mera existência da Igreja, é claro, nasce da graça e da bondade de Deus. Sendo assim, contemplemos esta dádiva, proclamemos com gritos de alegria e de adoração e nos prostremos humildemente, diante da gloriosa aparição de nosso Senhor.

John McAlister é arcediago na Igreja Pentecostal de Nova Vida – Catedral, organizada pelo seu avô Bispo Roberto McAlister e atualmente liderada pelo seu pai Bispo Walter McAlister Jr. Ele é Mestre em Teologia pela Wheaton College desde dezembro de 2005."

6 de abril de 2009

Perdão, o que é isso? Um dom ou um dever?


“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.” (Mateus 6.14, 15)

Perdoar é um indicador da nossa compreensão do amor de Deus por nós (Colossenses 3.13b); Perdoar é tomar a decisão de não levantar mais a ofensa perante três pessoas: Deus, os outros (inclusive o ofensor), e eu mesmo; Perdoar é uma questão de obediência a uma ordem do Senhor (Efésios 4.32; Lucas 17.3-10); Perdoar é uma reação positiva para com a ofensa, ao invés de uma reação negativa para com o ofensor. Uma reação positiva significa olhar aquela ofensa como oportunidade para crescer na vida e/ou para refletir as qualidades do caráter de Cristo para com o ofensor. Ao perdoar, podemos ver o ofensor como instrumento de Deus em nossas vidas (Gênesis 50.15-21).
Perdoar é reconhecer que só Deus tem o direito de julgar (Romanos 12.19). Perdoar é banir do coração, todo o desejo de vingança, todo apetite rancoroso, em face do grande amor que reina sob o comando de Cristo Jesus. Perdoar é ter as emoções conquistadas. Quando todos da família podem dizer: “Nossa casa é um lugar de perdão”, aí, o processo de comunicação construtiva não para. O perdão é o que mantêm as pessoas conectadas apesar das divergências.

Diretrizes para desenvolver uma comunicação construtiva:

Ouça sempre antes de responder (Provérbios 18.13); Aprenda a arte de ouvir.

Não seja apressado no falar, mas fale de tal forma que seja possível compreender e aceitar o que você está dizendo (Provérbios 15.13, 28; Tiago 1.19).

O Silêncio pode frustrar o seu cônjuge, por isso, não use essa arma. Explique porque você não quer falar no momento.

É possível discordar sem se envolver em brigas (Provérbios 17.14; Romanos 13.13; Efésios 4.31)

Não responda com raiva. Use a resposta branda e bondosa (Provérbios 14.29; 15.1; 25.15; 19.11; Efésios 4. 26,31)

Quando se perdoa, nunca se diz: “Eu te perdôo, mas...”, lembre-se que perdoar não é apenas desculpar o erro.
Perdoar não é algo tão simples como alguns pensam; é uma atitude que envolve a alma. Perdoar não é apenas ignorar o incidente. Não adianta jogar o “lixo emocional” debaixo do tapete, porque chegará um momento que isso vai se tornar insuportável. Não é simplesmente esquecer. Fazer de conta que não aconteceu nada, é enganar a si próprio e fazer do coração uma vasilha de sentimentos negativos transformando-o em uma bomba relógio, a qualquer momento isso pode explodir.

“Se quiseres ser feliz por um momento, vingue-se. Mas se quiseres ser feliz por toda a vida, perdoe!
Tertuliano, um dos Pais da Igreja Cristã

Que o Senhor nos abençoe e nos ensine a perdoar!

Por Cleison Oliveira.