3 de maio de 2011

Síntese pentecostal da Igreja Cristã durante os séculos (3)

Esta é 3ª parte do estudo acerca da história do pentecostalismo. Você que é professor da Escola Dominical em uma igreja Assembleia de Deus ou quer saber mais sobre a história do pentecostalismo durante os séculos, esta é uma ótima oportunidade. Vale lembrar que, para um bom aproveitamento, é necessário ler também a 1ª parte e a 2ª parte. Segue-se a 3ª parte:

PERSPECTIVA HISTÓRICA III
Além de Tertuliano e Orígenes, apenas mais dois Pais da Igreja citam o falar em línguas estranhas: Irineu e Agostinho. Irineu era discípulo de Policarpo, que por sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ele foi bispo em Lyon, na França. A Igreja de Irineu era uma das poucas comunidades cristãs da época em que os dons espirituais ainda estavam em plena atividade. Em seus escritos do início do terceiro século, Irineu afirma: ”Temos em nossas Igrejas irmãos que possuem dons proféticos e, pelo Espírito Santo, falam toda a classe de idiomas”.
Veio, então, o quarto século, o advento do catolicismo romano, seus dogmas espúrios e o conseqüente engessamento da Igreja. Mesmo assim, há registros de que, no quarto século, Pacómio, o fundador do primeiro mosteiro, falava em grego e latim sem nunca ter estudado essas línguas. Pacómio nunca explicou o caso e todos começaram a atribuir essas suas habilidades ao Espírito Santo. E, finalmente, Agostinho, bispo de Hipona, escreve no mesmo período: ”Faremos o que os apóstolos fizeram quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, pedindo que o Espírito Santo caísse sobre eles: esperamos que os convertidos falem novas línguas”.

Agostinho tinha a expectativa de que o que era comum até ao terceiro século continuaria a acontecer no quarto. Porém, quando escreve Cidade de Deus anos depois, já no quinto século, no ocaso do seu ministério, ele transparece não acreditar mais na contemporaneidade de todos os dons espirituais.
Assim, depois do quarto século, praticamente não se houve mais falar de línguas estranhas e de manifestação de dons espirituais. Elas só voltam à tona da Reforma Protestante em diante. Existiram casos entre os séculos V e XV, pois o Espírito Santo nunca deixou de atual plenamente na História, mas foram poucos os que ficaram registrados para a posteridade.

Só no século XII surgem novamente referências concretas a línguas estranhas nos registros históricos:
No século XII, Pedro Valdo, rico comerciante francês do Delfinado (Leste de França), resolve dar todos os seus bens aos pobres e reúne os fiéis dispostos a lutar com ele contra o luxo e a opulência do clero romanista. Nascem, assim, os valdenses, caracterizados pelo desejo de um “evangelismo puro”

Por só reconhecerem “a autoridade dos Evangelhos”, os valdenses foram excomungados em 1182. Perseguidos por Roma, espalharam-se na região de Lyon, depois na Provença e até ao Norte de Itália e à região da Catalunha.
Segundo registros históricos, “os primeiros valdenses falavam línguas desconhecidas”. Esses registros são ressaltados pelo jornalista norte-americano John Sherrill, em uma pesquisa que fez sobre o Movimento Pentecostal antes de aceitar o pentecostalismo, e que foi publicada posteriormente sob o título “They Speak in Other Tongues”.

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