Cleison Brugger
Estamos num tempo de crise. Estamos vivendo num período complicado! Minha notícia não é para mudar nossa antiga convicção, mas para nos alertar sobre a crise que se alastra em nossas igrejas, sobre a invasão de bênçãos sem cruz e a ausência da cruz no cristianismo do Cristo.
Evangelho sem cruz não é Evangelho. Jesus sem cruz não é Cristo. Cristianismo sem Cristo não é Evangelho. Cristão sem a cruz não pode ser discípulo. Quem quer ouvir isso dentro dos templos hoje em dia? Pastores, líderes evangélicos e todos os outros tipos de clérigos, estão aderindo a diversas teologias para inchar suas igrejas e templos. O número de adeptos crescem absurdamente e todos se vangloriam de realizarem inúmeros cultos por semana e por estarem ampliando a construção, para que venham mais e mais sinceros fregueses das bênçãos sem cruz.
Estamos numa crise do barulho! O evangelho sem cruz se enlevou! As heresias são pregadas constantemente e o povo aplaude como se o próprio Deus estivesse ditando as palavras. Novas profecias são dadas por homens que nem abrem as Escrituras durante o culto e os consumidores ficam satisfeitos com o horóscopo da semana.
A pregação da cruz dentro das igrejas fica cada vez mais escassa. Pouquíssimos são os mensageiros da Boa Notícia. Raríssimos os pregadores que cantam e ensinam a cantar enquanto o peso dos grilhões na prisão está insuportável, mesmo à meia noite.
O povo tem abraçado uma mensagem seca, sem lágrimas e sem sangue. O povo tem escolhido as melodias dos cânticos que se transformam em mantras gospel para trabalhar no emocional desequilibrado dos que se autodenominam adoradores do Cristo sem cruz. Nas igrejas de hoje a música é bela, a mensagem é carregada de bênçãos, e Deus é proclamado de forma que nem a Bíblia tem capacidade de descrever... só o pregador. Portanto, o principal fica de fora.
Os consumidores evangélicos compram o produto anestésico e saem felizes até caírem nos mesmos erros. Estão comprando fardas cheias de condecorações nos templos, mas se esquecem da validade do tecido. Adquirem uma fina estampa, um véu nos cultos para esconderem temporariamente quem são, até chegarem em seus lares e se despirem novamente para a arrogância e a falta de amor. Se os pregadores falassem sobre a cruz, os lares teriam a Palavra pregada e vivida.
Só conseguiremos ser felizes se sairmos da igreja confrontados com a realidade da cruz de Cristo. Ela nos fará chorar e lamentar o pecado. A cruz não é anestésico. A Cruz é lugar de dor para que venhamos ter cura; lugar de solidão para morarmos em família; lugar de morte para sermos levados à eternidade. A cruz é bênção! A Cruz é a motivação! A cruz não é derrota, pelo contrário, é triunfo!
Não tem sido fácil pregar o evangelho puro nas igrejas, porque qual é o pregador que se aventurará e se sentirá à vontade para tal obrigação, se o povo quer ouvir sobre uma nova teologia, um novo ensino sobre como receber bênçãos ou ser alvos de milagres?
Não interessa saber o que o povo quer ouvir! É preciso pregar o "sereis odiados por causa do meu nome", o "negue-se a si mesmo e tome a sua cruz", e não apenas vitórias, prosperidade (Mensagem que está em alta em nossas igrejas), libertação, curas e milagres.
Devemos saber que tudo isso poderá vir, mas como consequência da pregação do Cristo da Cruz!
Cristo não diz o que queremos ouvir, e sim, o que precisamos ouvir, mesmo que isso nos confronte!
E o coração de Deus clama tão alto que se torna audível: "-Preguem o evangelho da cruz, para que a minha Igreja viva!"
Quando há escassez do evangelho da cruz, A. W. Tozer se levanta através de palavras e diz: "Santos sem santidade, é a tragédia do cristianismo."
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