O advento da morte de grandes homens sempre me leva a pensar. Penso na minha incapacidade de chegar à altura dos tais. Penso que, por mais que tente, não terei a influência, a relevância e a importância desses grandes homens. Hoje, pela tarde, partiu para estar com o Senhor o reverendo anglicano John Stott, chamado por Billy Graham de "o clérigo mais respeitável no mundo hoje". Li de Stott muito menos do que gostaria. Aliás, sou relativamente novo tendo em vista sua idade e seus anos de ministério. Contudo, desde já, valorizo (e muito), os grandes homens de Deus.
No início do ano, a Assembleia de Deus no Brasil perdeu um grande homem que servia à esta casa: José Pimentel de Carvalho, com seus 95 anos. Filiados a esta grande igreja, também se foram Alfredo Heikdal, Sebastião Mendes, Francisco Pacheco de Brito e outros.Também este ano, partiu para estar com o Senhor o Rev. David Wilkerson, e como eu me consternei. Lembro que, quando peguei o livro "A cruz e o punhal" de Wilkerson, a última coisa que eu queria fazer era parar de ler. Devorei aquele livro em dias e, a partir dali, comecei a nutrir um forte respeito por David Wilkerson e seu honroso ministério. Quando este faleceu, chorei. A partir dali, passei a constatar que Deus está calando os seus profetas. Quem já ouviu Wilkerson pregar, sabe do que estou falando. As lágrimas vêm a porta dos meus olhos, só de lembrar de sua mensagem "um batismo na angústia".
Hoje, pela tarde, eu lia uma entrevista que o pastor assembleiano Antônio Gilberto, de 81 anos, concedeu a revista Cristianismo Hoje (você pode lê-la abaixo), no ano passado. Que homem! não pelo que escreveu ou pregou apenas, mas por sua vida. O repórter relatou que, enquanto ele folheava um exemplar da revista, olhou pela janela e balbuciou, como se falasse consigo mesmo: "quem de nós tem buscado ao Senhor em espírito e em verdade?". Imagino este grande homem com seus olhos ensimesmados, dizendo a frase acima. Glórias a Deus, pois ainda temos este homem, mas não por muito tempo pois, pouco a pouco, Deus está colhendo os seus molhos e calando os seus profetas.
Hoje, se foi John Stott. Sábado passado, parei para ler algumas páginas de seu livro "Cristianismo Equilibrado" e devorei todo o livro. Indiscutivelmente, perdemos um grande homem de Deus e, por esta razão, meu coração está enlutado e tudo o que vem a mim é preocupação. Fico preocupado pois amanhã eu tomarei os púlpitos desta nação, e o que passarei para o povo? qual legado deixarei? muitos dizem que ninguém é insubstituivel, mas tudo depende de como enxergamos alguém "insubstituivel". Posso concordar que todos somos insubstituiveis, mas ninguém é igual a ninguém. Quando Moisés morreu, Josué ficou à frente do povo e a palavra é enfática ao dizer que "nunca mais, em Israel, houve alguém como Moisés, a quem Deus falava cara a cara" (Dt. 34.10). Por isso, entristeço-me. Não porque eles estão indo para casa, mas porque não há quem os substitua, tamanha a singularidade destes grandes homens. Que Deus tenha piedade de nós e levante homens com o caráter, a piedade, o modelo, a sobriedade e a biblicidade de Wilkerson, John Stott, José Pimentel e tantos outros. Que possamos achar graça aos olhos de Deus, é a minha oração.
Com temor e tremor,
Cleison Brugger de Oliveira, aspirante à obreiro aprovado.
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