15 de setembro de 2009

Batismo com o Espírito Santo. Um dom atual ou obsoleto para a Igreja Cristã?

 
Estudo de Cleison Oliveira, baseado na epígrafe da postagem.

A promessa que Jesus Cristo deixou para os seus discípulos, relatada em Lucas 24. 49, dá-se cumprimento em Atos cap. 2, exatos 40 dias após o advento da ascensão de Cristo (Lc 24. 51; Mc 16. 19; At 1. 9-10). 
Essa promessa é chamada de batismo com o Espírito Santo (Atos 1. 5b), e foi dada a todos aqueles que seguirem, crerem ou invocarem o nome de Jesus Cristo.

Cremos, primariamente, na universalidade do batismo com o Espírito Santo, pois foi algo dito pelo próprio Jesus que aqueles que cressem, falariam “novas línguas”, segundo Marcos 16. 17c; Cristo não limitou essa promessa  aos apóstolos, mas sim, é uma promessa distributiva para “todos aqueles que crerem” (Mc 16. 17a).

Igualmente, não há possibilidades de esta promessa ser apenas para os apóstolos, pois, se assim fosse, somente eles receberiam este dom do Espírito Santo, entretanto, as páginas sagradas diz que, a multidão dos que criam era de quase 120 pessoas (Atos 1. 15), e a mesma estava TODA reunida em um mesmo local, quando o Espírito Santo encheu a cada um, batizando-os (Atos 2. 1-4);

Cremos também, que a glossolalia (Línguas estranhas) é um fato externo de que uma pessoa realmente recebeu o dom  do Espírito Santo; sobre isso, o próprio Jesus disse, como já citamos acima, que aqueles que cressem, falariam “Novas línguas” (Mc 16. 17c), e este fato é comprovado no advento do dia de Pentecostes no cenáculo, em que os crentes reunidos ali, após serem cheios (ou batizados)  com o Espírito Santo, “Começaram a falar em outras línguas” (Atos 2. 4).

A universalidade desta promessa e dom é vista também, na profecia de Joel: “E depois, derramarei do meu Espírito sobre TODA a carne, e vossos FILHOS, e as vossas FILHAS profetizarão, e os vossos VELHOS terão sonhos, os vossos JOVENS terão visões. Até sobre vossos SERVOS e sobre as vossas SERVAS, naqueles dias, derramarei do meu Espírito.” (Joel 2. 28-29); Joel através desta profecia divina, não descarta ninguém; todos estão como vemos em Joel 2. 28, 29, compartilhando da efusão e do derramar do Espírito, “ATÉ os servos e as servas.” (Joel 2. 29); vemos através desta profecia de Joel, não apenas a universalidade do batismo com o Espírito Santo, como também, a dos dons espirituais.

Outrossim, cremos na atualidade do batismo com o Espírito Santo; repare no que diz Pedro no verso 17, do 2° capítulo de Atos: “e NOS ÚLTIMOS DIAS...”; Ora, será que o séc. I, aproximadamente no ano 29-30 d.C já eram os últimos dias? Lógico que não! Talvez essas palavras de Pedro estejam meio que equivocadas, ou uma confusão com a profecia de Joel. Se retornarmos a referida profecia, ou se continuarmos a leitura do cap. 2 de Atos, veremos que os “últimos dias”  sucederão quando Deus “mostrar maravilhas no céu e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumaça” e ainda quando “O sol se converter em trevas e a lua em sangue”;

Ora, naqueles dias, algo desta espécie ocorreu? Não; então, como se cumpriu a profecia de Joel, se o tempo determinado para o cumprimento da tal não tinha chegado? Ora, porque a promessa que se cumpriu, não foi a predita por Joel, e sim, a predita pelo próprio Cristo para aqueles irmãos (Lc 24. 49; Atos 1. 5b; 1. 8); assim sendo, a profecia de Joel ainda está de pé, sendo válida para os nossos dias, já que, segundo a Escatologia, os amilenistas crêem que nós já estamos passando pela Grande Tribulação, e para os pré-tribulacionistas ou tribulacionistas, nós já estamos nos últimos dias, sendo a profecia de Joel, válida para esta presente época.

 A profecia de Joel não está falando direta ou restritamente do batismo com o Espírito Santo, e sim, englobando o mesmo; a profecia de Joel nos alerta a um avivamento/reavivamento vindouro, em que estará em plena atuação o batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais. A prova da atualidade do batismo com o Espírito Santo ultrapassa a delimitação do dia da fundação da Igreja Cristã Primitiva; depois disto, vemos o batismo com o Espírito Santo entre os cristãos samaritanos (Atos 8. 14-19), sobre à casa de Cornélio e seus amigos (Atos 10. 44-18); os crentes efésios (Atos 19. 4-7), os crentes em Corinto (I Co 12. 13), etc.;

Nestas passagens, se quebram algumas teses que refutam as doutrinas cridas pelo Pentecostalismo:

- Vemos a glossolalia (Línguas estranhas) como evidência externa do recebimento do batismo com o Espírito Santo (Atos 10. 46; 19. 6); alguns, junto com o batismo com o Espírito Santo, receberam o dom de profetizar, como podemos ver no advento na casa de Cornélio;

- Vemos a universalidade deste dom, mostrando que o batismo com o Espírito Santo, não foi algo reservado ou prometido somente para os crentes de Jerusalém, ou ainda para os tempos apostólicos (Atos 10. 45); até Pedro se espantou, ao ver que os gentios também recebiam o dom do Espírito Santo (Atos 10. 45b);

Quando Jesus Cristo morreu na cruz por nossas vidas, ele fez questão de que o véu, a partir daquele momento, se rasgasse (Mc 15. 38), denotando que agora, TODOS estavam legalmente com a diretiva de ter relacionamento com Deus; agora, as barreiras étnicas, humanas e naturais estão por terra; exatamente todos têm o direito de entregar o sacrifico pessoal a Deus, através da adoração (Jo 4. 23-24); se Cristo prometeu o batismo com o Espírito Santo (Lc 3. 16), essa promessa não se restringe a povo, a língua, a época ou a ocasião, mas sim, é uma promessa que se cumprirá na vida de TODO aquele que crer (Mc 16. 17); é algo real, atual e que só depende de nossa fé (vide Mc 16. 17 novamente);


O que ocorreu na casa de Cornélio provou que o poder do Espírito não estava limitado apenas ao dia de Pentecostes ou ainda, para os irmãos judeus; lembremos que Cristo disse que estes sinais seguiriam “aos que cressem”, inclusive o dom das novas línguas (Mc 16. 17b); isso não foi um presentinho de Cristo para os judeus somente, e sim, é um presente para todos os que crerem e quiserem este dom do revestimento de poder.

- Vemos este dom operando nos tempos bíblicos de forma idelimitada, mostrando que o mesmo estava em pleno vigor e mais atual do que nunca; embora, de Atos dos Apóstolos ao livro de Apocalipse, a Era ainda era apostólica, todavia, os relatos bíblicos e a História da Igreja revelam que os dons espirituais e o batismo com o Espírito Santo estavam ainda, acontecendo entre os fiés; Outrossim, o mesmo foi uma promessa de Jesus, e nenhuma promessa que Cristo fez a coletividade, se limitou aquelas pessoas ou aquele tempo, salvando algumas como a sua ressurreição (Jo 2. 19-21) e a promessa que João seria o último dos apóstolos a morrer (Jo 21. 21-23); Cristo não morreu apenas para os judeus, e sim, morreu por toda a humanidade. Sendo assim, as promessas feitas por Cristo não estão reservadas somente para os judeus, e sim, para todos, inclusive a promessa de Lucas 24. 49. O próprio Cristo disse: “Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24. 35), denotando assim que, as épocas passariam, mas as suas promessas e palavras resistiriam ao tempo, mantendo-se firme e atingindo a todo aquele que crer, até porque, Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10. 34).

CONCLUSÃO:


O que ocorreu no Cenáculo, no dia de Pentecostes, em Jerusalém, com aqueles irmãos, foi o início de uma grande efusão; podemos comparar o acontecimento de Atos cap. 2, com o reavivamento que ocorreu na Califórnia, EUA, na Azusa Street, 312, denominada Avivamento da Rua Azusa (Apostolic Faith Mission). O poder que preencheu os crentes no início do séc. I foi um poder efusivo, que não ficou preso aquele dia, ou aqueles irmãos; algo que é expansivo, a tendência é progredir e crescer!

Vemos o dom do Espírito Santo manifestando sua característica efusiva através de diferentes pessoas, em lugares distintos:

Os Apóstolos Felipe, Pedro e João, em Samaria (Atos 8. 12-17);

O Apóstolo Pedro na casa de Cornélio, em Cesaréia (Atos 10. 44-48);

Ananias pessoalmente com Saulo (Paulo) depois de sua conversão (Atos 9. 17, 18);

Paulo na cidade de Éfeso (Atos 19. 1-6), etc.

O mesmo Espírito que abundou a vida dos crentes no início do séc. I quer, ainda hoje, abundar a vida de todos aqueles que quiserem e estiverem com os seus corações abertos para tal.

“Nisto, não há judeu, nem grego; não há servo, nem livre; não há macho, nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”
Gálatas 3. 28

 Paz e bem,
Cleison Oliveira.



Bíblias e livros usados neste estudo:
Bíblia de Estudo Thompson - Edição Contemporânea de Almeida
Bíblia JFA (Edição Revista e Corrigida na grafia simplificada) 
Lições Bíblicas Juvenis MESTRE  - História da Igreja - Currículo 2007

0 comentários:

Postar um comentário