25 de julho de 2009

EVANGÉLICOS SEM IGREJA!

O crescimento numérico da igreja evangélica tem impressionado a todos. Entretanto, pesquisadores revelam que o grupo que mais tem crescido nos últimos anos é o dos “crentes sem igreja” – pessoas convertidas, mas que, decepcionadas com os rumos da pregação e da instituição, optaram por uma caminhada pessoal, vivida na intimidade, ou então pela formação de pequenos grupos nos lares, reeditando o cristianismo do primeiro século.

Na raiz da insatisfação, dois aspectos parecem sobressair quando o assunto é a pureza da mensagem bíblica, a chamada sã doutrina: o legalismo (excesso de leis e regras) e a ênfase nos bens materiais, que se convencionou chamar de “prosperidade”. Se o legalismo assusta e contribui para afastar pessoas da igreja, a ênfase na prosperidade é uma faca de dois gumes.
Se por um lado, a controvertida doutrina deu uma “espanada” no desânimo, combatendo a mente passiva dos crentes, por outro, é acusada de falsificar a mensagem evangélica, tornando-a muito parecida com as metas e ambições deste mundo. O pastor Osmar Ludovico disse:: “Pregadores comunicativos, cultos bem produzidos, apoio de mídia, testemunho de empresários bem-sucedidos e de convertidos famosos... Tudo se faz para segurar os fiéis ariscos, que se tornaram consumidores exigentes, prontos para criticar e se mudar quando contrariados. A igreja se tornou um negócio, pastores se tornaram executivos, o ministério um gerenciamento”, ele afirma, temendo que esteja em curso um processo de “rendição a Mamom”, no qual a eficiência passa a ser medida não mais pela santidade e influência profética, mas pelas leis do mercado como a produtividade, performance e faturamento.


Para o reverendo presbiteriano Éber Lenz César, por maiores que sejam as fraquezas e os defeitos que se possam encontrar, “a Igreja ainda é a noiva do Senhor e caminha ao encontro do Noivo buscando se aperfeiçoar sobre o tripé santificação, comunhão e missão”. Ele conclui citando a carta aos Efésios: “Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela para a santificar. Assim como Ele amou, nós também devemos amar a nossa igreja e nos santificarmos para que ela possa ser melhor a cada dia”.

Após tanto crescimento – e alguns escândalos –, a igreja evangélica estará diante de uma crise? Ou estará passando por uma nova Reforma? O fato é que muitos andam descontentes com o que vêem e questionam o modelo de igreja refletido na mídia. Se este desapontamento não pode mais ser ocultado, cabe a pergunta: de que igreja os cristãos sentem falta?

Fonte: Revista Enfoque.


http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=71&materia=760

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