16 de dezembro de 2009

Palavra do Dr. Russell Shedd sobre o momento atual

Sistemas econômicos, sociais e religiosos, caracterizados pela desumanidade, confirmam o ensino bíblico de que o mundo faz parte do espólio do diabo, que luta fortemente para manter cativo o que ele conquistou na queda (Mt. 12. 29). Sistemas econômicos, políticos e judiciários, relações raciais e internacionais revelam a infiltração do “joio” semeado pelo inimigo de Deus no mundo (Mt. 13. 28).

 No meio da criação, cresce indiscriminadamente tudo o que se opõe à intenção divina. Ainda que todos nós estejamos envolvidos no pecado corporativo do mundo e, sem querer, sejamos participantes das investidas do “senhor” deste século contra Deus, como cristãos, temos a responsabilidade de confessar nossa culpa conforme as palavras do professor Richard Lovelace.

Foi assim que Neemias (9. 16-37) e Daniel (9. 3-19) lutaram, reconhecendo a participação dos justos no sistema apodrecido da nação. É somente pela morte que podemos nos livrar da malha humana da qual fazemos parte. Como os soldados romanos que crucificaram o Senhor da Glória, mas não sabiam o que faziam, contribuímos, queiramos ou não, para os propósitos do inimigo. Mesmo assim, o clarim de Deus nos convida: “Retirai-vos dela (a Babilônia que corrompe as nações), povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados...”(Ap. 18. 4).

A advertência bíblica contra qualquer jugo desigual com os incrédulos, para evitar a contaminação do povo de Deus (II Co. 6. 14-18; Lv. 26. 12; Jr. 32. 38; Ez. 37. 27; Is. 52. 11), deve nos alertar contra uma despreocupação com o mundanismo do qual parece impossível escapar.

A confissão e a separação das trevas devem ser acompanhadas de um ministério profético. Pela denúncia da injustiça e pelo modelo amoroso da igreja, que obedece à verdade e demonstra o amor fraternal, ágape, de coração ardente (I Pe. 1. 22), será possível levantar uma barricada contra as forças aliadas do mal.
Mais do que nunca, os cristãos precisam acordar, levantando-se dentre os mortos para buscar a iluminação de Cristo (Ef. 5. 14). No crepúsculo vespertino da história, urge que a igreja nacional e internacional reconheça os dias desafiantes que enfrentamos. Quebremos os laços invisíveis do mundo que nos algema.

Levantemos um clamor até o céu com petições incessantes ao Senhor, para que Ele abra os olhos do coração do seu povo (Ef. 1. 18), fazendo-o distinguir as ciladas do diabo e renovar uma luta eficaz contra a carne. Somente uma mobilização intensa e geral nos garantirá a vitória. Precisamos reconhecer o perigo da mente secularizada, a mente que sufoca e abafa qualquer concessão aos princípios cristãos.

O avanço do secularismo mundano e o rápido esvanecimento dos traços cristãos na sociedade devem forçar a Igreja a ser mais conscientemente cristã. É urgente aumentar o compromisso cristão no nível social e intelectual. Acima de tudo, precisamos articular e propagar o evangelho como a única alternativa para estes dias que se assemelham àqueles, “anteriores ao dilúvio”(Mt. 24. 38).

Se não cremos que vale a pena resistir ao diabo, desvendar as falsas atrações do mundo e mortificar a carne, só nos resta aguardar o suicídio espiritual do “povo” de Deus. É hora de encerrar estas linhas.

Multiplicar palavras não aumenta necessariamente a força do compromisso de guerrear contra os inimigos de Deus. Mas a maior preocupação persiste: até onde nós, evangélicos, estamos engajados na luta? Que incentivo divino ou humano seria capaz de mobilizar os santos brasileiros para que gastem cinco minutos a mais em oração, batalhando contra o mundo, mortificando a carne e resistindo ao diabo? Que motivação de qualquer procedência nos convenceria de que “perseguir a santificação” é imprescindível, mil vezes mais importante do que levantar um templo novo, amplo e belo? Estruturas eclesiásticas, domínio político, poderio econômico, prédios faraônicos, organização mundial, tudo foi conquistado pela Igreja há mil anos.

 Mas todo esse sucesso eclesiástico não protegeu o povo de Deus das incursões do secularismo (Tito 2. 12). Através dos séculos, avanços obtidos no âmbito humano foram compensados por perdas espirituais. A história se repete, mas há escapatória: basta que a igreja identifique seus adversários e confiantemente coloque toda a armadura de Deus. O Senhor tem sido e será nosso refúgio de geração em geração (Sl. 90. 1).

 Russel Shedd

2 comentários:

Gleison Elias Pereira disse...

Glória a Deus!
A leitura deste texto me tocou profundamente.
Parabéns irmão Cleison por esta postagem!
A Paz de Cristo seja continuamente sobre sua vida.

Cleison Brugger disse...

Amém!
Esse é o meu precípuo objetivo: abençoar vidas através da interação;
Até porque, as palavras de um mestre como o Pr. Russel Sheed sempre hão de nos tocar, e profundo!

Que Deus nos abençoe em nossos planos;

Paz e bem;

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