3 de maio de 2009

"Entenderam mal Filipenses 2. 15"


“Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;” (Filipenses 2.15)

Quando Jesus iniciou o seu ministério terreno, logo ficou conhecido nos arredores pelas suas palavras e pelas obras que fizera (Mateus 4. 12-25), e na primeira palestra que obteve com a multidão que o seguia, Jesus logo se preocupou em conotar ao povo algo simples, porém, importante: “Vós sois o sal da terra [...] (Mateus 5. 13a); Vós sois a luz do mundo [...]” (Mateus 5. 14);


A primeira reunião que o Senhor Jesus fez com o povo, no monte das bem-aventuranças, aconteceu o famoso “Sermão da Montanha”, em que Jesus não se preocupou em declarar-lhes a arte de receber bênçãos, prosperidade, curas e milagres, triunfalismo ou coisas do tipo, mas a ordenança de Cristo ao povo foi algo óbvio e claro: “ Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5. 16). Jesus deixa bem evidente que, aqueles que quisessem o seguir, negassem o seu EU, e carregassem cada um, a sua cruz (Mateus 10. 38).

Lamentavelmente, muitos tem se colocado na posição de astros pelo mundo afora, mas não em concordância com o que ensinou o apóstolo. Infelizmente, muitos têm “brilhado” por ai, como estrelas (um tipo de astro), usando o nome de Jesus de forma inexata, contrariando as palavras de João Batista quando disse que “é necessário que Ele cresça, e que nós diminuamos” (João 3. 30);

Hoje em dia, o nome de Jesus tem sido usado, mas não para cumprimento de Marcos 16. 15, e sim, por status, fama, renome, sucesso, prestígio, espaço na mídia, etc; muitos têm resplandecido como ‘estrelas’, mas não como santos filhos de Deus, e sim, como tele evangelistas, tele bispos, tele apóstolos, pregando mensagens de curas, bênçãos, prosperidade, milagres, vitórias financeiras, e se esquecendo que tudo isso vem, como conseqüência da obediência, fé, santidade e uma vida de renúncia para o Senhor.
Deploravelmente, temos perdido o autêntico objetivo do Cristianismo. Antes, o salmista Davi declarava com veracidade: “Esperei com paciência no Senhor...” (Salmos 40. 1a), entretanto, ultimamente temos vivido o tempo do “Agora”, do “imediatismo”, como se Deus tivesse a obrigação de nos atender e nos abençoar, como bem nos parece.

Antes, o nome de Jesus era usado pelos que tinham autoridade para o “Levanta-te e anda...” (Atos 3. 6b), Mas hoje, este mesmo nome tem sido usado por qualquer um, para o “reeeeceebaaaa...... Agoooraa....”! Antes, o nome de Jesus era invocado para salvação (Romanos 10. 13), e hoje, o nome de Jesus tem sido invocado para prosperidade e interesses humanos;

Antes, disse o próprio Jesus: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livreis.” (João 8. 36), mas hoje, as ‘reuniões’ das Igrejas estão abarrotadas de gente, para as chamadas “Campanhas de Libertação” e “Cessões de descarrego”; antes, a palavra era pregada para salvação (Lucas 24. 47), hoje, a palavra é pregada para emoção, onde crentes choram, rodopiam, gritam, sapateiam no ‘mistério’, mas estão completamente desfocados de João 4. 23, 24.

Ultimamente, em nossas igrejas, tem sido muito movimento e nenhum avivamento; temos dado lugar para anjos, com chaves, bandejas, envelopes selados e tudo mais, e temos isentado a presença do próprio Deus de nosso meio; muitos freqüentadores de cultos, tem ido em busca da benção de Deus e não mais ao Deus da benção; Não existe nada de errado, em buscar bênçãos da parte de Deus, mas o que não podemos fazer é priorizar a mesma.

Hoje, acontecem movimentos que desconhecemos em nossos cultos, como os “retetés” da vida, e nos igualamos aos atenienses, que fizeram um altar, mas como não sabiam a quem honravam, colocaram no altar: AO DEUS DESCONHECIDO. No que Paulo insiste em dizer: “Este, pois, que vós honrais sem conhecer, é o que vos anuncio” (Atos 17. 23b).

A Igreja que outrora “Perseverava na doutrina dos apóstolos, na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” (Atos 2. 42), agora, está atarefada em campanhas, culto do empresário, cessão do descarrego, e outras reuniões nada edificantes. Hoje, de tantos cultos que passam na TV, o povo, por total comodismo, tem deixado de ir às igrejas, para assistirem aos cultos no conforto do lar.
São acontecimentos como esses, que me faz lembrar o episódio de Santo Agostinho em visita ao papa, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Conta-se que o papa, toma pela mão de Agostinho, e lhe mostra toda a Basílica de São Pedro. O papa, orgulhoso da bela arquitetura da Catedral, diz a Santo Agostinho:

”-Veja Agostinho, essa Catedral; os seus belíssimos vitrais, suas colunas folheadas a ouro amarelo, suas imagens feitas de cedro da melhor qualidade; seus candelábros e acessórios feitos da mais pura prata e o seu teto, com detalhes em ouro maciço. Não precisamos mais falar como São Pedro: - Não tenho prata, nem ouro.” No que Santo Agostinho, deslumbrado por tudo o que vira, diz ao papa: “- Sim, isso é verdade. Mas uma coisa perdemos!” E o Papa refuta: - “O que perdemos Agostinho?”, e Ele responde: -“A autoridade de São Pedro, ao dizer a um coxo: - Levanta-te e anda.”

Não podemos perder as características de uma autêntica Igreja. A primeira vinda de Jesus a Terra, com o seu objetivo salvívico, foi também com a intenção de “purificar para si um povo seu especial, zeloso e de boas obras.” (Tito 2. 14b); A Igreja foi comissionada para cair na Graça do povo (Atos 2. 47), entretanto, ultimamente, o povo tem caído em nossa graça, de tal modo, que estamos adotando os seus ritmos, suas modas, suas características, sua linguagem, suas roupagens, seus costumes, e ainda achamos normal, dando a incrível desculpa, de que a Igreja está acompanhando o avanço do Mundo e o progresso da sociedade, mas a verdade é: Não podemos ser contagiados pelo mundo, mas sim, contagiarmos o mesmo (Atos 5. 12-16).

Deus não tem chamado ’estrelas’ ou popstar’s; Deus não tem chamado homens para se tornarem ídolos (a chamada Homeolatria, que para muitos é comum, dizendo que estão honrando um homem de Deus); Deus não tem chamado expositores de um evangelho inexistente, mas o Senhor Deus tem chamado homens e mulheres, que para eles “... O viver é Cristo, e o morrer é ganho.” (Filipenses 1.21), aqueles que dizem como Paulo: “sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.” (Filipenses 4.12). Deus não tem chamado pessoas para envergonharem o evangelho (Coisas que muitos tem feito por ai), e sim, aqueles que não se envergonham do mesmo (Romanos 1.16).

Muitos têm dito: Precisamos de um novo Martinho Lutero, mas isso é uma inverdade; Martinho Lutero (1483 -1546) foi um grande homem de Deus, usado em sua época, para promover a mais importante reforma na Igreja Cristã, a tão conhecida Reforma Protestante; desta reforma, surgiram 5 princípios considerados fundamentais da Reforma protestante, conhecido como as cinco solas: Sola Fide ( somente a fé); Sola Scriptura ( Somente a escritura); Solus Christus (somente Cristo); Sola Gratia (somente a graça) e Soli Deo gloria (glória somente a Deus).
A fé Cristã Protestante está baseada nesses 5 princípios, na qual, devem ser prioritárias e indispensáveis para a nossa vida cristã: Somente a fé cristã, somente as escrituras sagradas, Somente o Cristo da cruz e glória dada somente a Deus, pois Ele mesmo disse que a sua glória a outro não daria (Is 42. 8).

Fazendo isto, cumpriremos com exatidão o que disse o Senhor: “Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6. 33). Precisamos de um novo Lutero? Não! Precisamos de um retorno a prática das “primeiras obras” (Ap 2. 5); precisamos nos recolocar na posição de Eklésia, na posição real que Cristo nos colocou: a de um povo chamado para fora, dando sentido real a etimologia de Igreja. Precisamos mudar o nosso comportamento ante o mundo.

Não podemos ter filiação com os seus ideais, pois “que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” (II Co 6. 14-15). Paulo certa vez escreveu algo a Igreja Romana, que hoje nos é necessário aprender e seguir: “E não vos conformeis com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento (...)” (Rm 12. 2).

O Mórmon sabe que é mórmon, os Russelitas sabem quem são, e os seguidores das mais complexas religiões e crenças, de igual modo. Mas parece que a Igreja de Cristo se esqueceu quem verdadeiramente ela é, e qual a sua finalidade na Terra. Se alguém se esqueceu, eu vos lembro: Somos templo de Deus, somos esposa do cordeiro, somos administradores da graça de Deus, somos corpo de Cristo, somos desposada, somos Assembléia dos Santos, somos coluna e esteio da verdade, resumindo, somos IGREJA, e temos uma tarefa a cumprir, da qual é " [...]fazer conhecido o seu poder." (Sl 106. 8).

Por isso “Digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. A noite é passada, o dia é chegado, Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.” (Rm 13. 11-12)

Que Deus persevere em guardar a sua Igreja!

Em Cristo,

Cleison Oliveira.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cleison a paz do Senhor,
Grandes verdades... vivemos dias difíceis onde o evangelhoe é banalisado em sermões para agradar ouvidos " NO MEIO DE UMA GERAÇÃO CORRUPTA". que o ESPÍRITO SANTO NOS LIVRE de baratarmos a palavra da salvação;
EM Cristo,
JJSouza

Paraíso Lua de Mel disse...

Está tão claro.......o apóstolo Paulo escreveu para que brilhemos como " astros", para que Cristo Jesus, seja ' estampado" me nossas faces!! Se alguém se auto intitula ' pop star"- este tal, por si só, desagrada ao Pai.....e quem e´espiritual sabe bem disso. Não muito lero-lero. A Palavra de Deus é EFICAZ....e quem tem o discernimento do Espírito- certamente saber interpretar! Não é necessário citar "nomes",dizeres, e carácteres históricos. Creio que seja desnecessário

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