por Cleison Brugger
Pra início de conversa, não venho aqui defender A ou B, ou com a intenção de depreciar algum grupo específico. Nada disso. Aliás, tenho pensado seriamente em excluir este blog, pois em nossos tempos, está havendo uma febre chamada "relevância". Nas redes sociais isso é uma realidade. Todo mundo quer escrever, ou no Facebook, ou no Twitter, ou nos blogs, ou onde quer que seja, algo relevante. Todo mundo quer dar o seu pitaco, a sua opinião, o seu parecer. Todos querem ser relevantes, de algum modo. E assim, acabamos sendo "irrelevantemente relevantes". Não quero ser mais um.
Contudo, acho digno e justo vir aqui escrever sobre o último ocorrido: a manipulação das fotos do pastor Silas Lima Malafaia. Logo que as fotos cairam na rede, os "apologetas" de plantão não perderam tempo! chamando o supracitado pastor de "safado", "mercador", "vendilhão da fé" e outros nomes, eles adoraram as fotos. Lhes cairam como luvas. E também tem os que ficaram tristes depois que souberam que as fotos eram montagens. Poxa, seria uma notícia e tanto!
Como disse, não venho defender ninguém. Não aprecio o pastor Silas Malafaia, nem suas atitudes. Vejo mais um (des)serviço feito ao evangelho e tenho minhas razões para isso. Agora, promover-se as custas dele querendo mostrar uma "apologética" (que de Apologética não tem nada!) é o cúmulo! Não digo de quem manipulou as fotos; esse será cobrado, de alguma forma; ouviremos dele(a) na mídia, quando o próprio pastor Silas Malafaia falar que estará processando o indivíduo por seu ato. Digo daqueles que, usando estas fotos, rebaixaram o tal pastor (que já tem a fixa suja por demais!) em nome da "verdade"! Esse não é um papel de gente que se diz cristã!
As Escrituras são enfáticas ao dizer que "não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais" (Efésios 6.12). Não lutamos contra pessoas. Não digo com isso que não podemos tecer críticas e expressar nossa desaprovação, mas desde que isso seja feito com decência, lealdade, sinceridade e AMOR. A Verdade DEVE ser defendida e partilhada com amor. Em sua pessoa e em seus ensinamentos, Jesus reuniu a verdade e o amor. Seu amor foi expresso em verdade, e Ele falou a verdade com amor. O apóstolo João escreveu: "aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou" (IJo. 2.6).
É fácil identificar aqueles que se importam muito com a verdade, mas que quase não têm amor. Sua fé é expressa principalmente por palavras. São "grandes estudiosos da Bíblia", e podem até resumir seus livros e fazer um gráfico das épocas, mas são dificeis de se andar com eles, e a verdade que conhecem (ou pensam que conhecem) não é uma ferramenta de construção: é uma arma de luta. Eles adoram rivalizar!
A verdade precisa do amor, pois a verdade sem amor tende a tornar as pessoas orgulhosas. "A ciência incha, mas o amor edifica" (ICo. 8.1). A verdade sozinha pode ser destrutiva, mas o amor capacita a verdade a nos edificar. Quando a verdade é partilhada com amor (mesmo se a verdade ferir), no final nos ajuda. [...] Uma criança sempre pensa que todas as pessoas que a beijam são amigas, e que todas as pessoas que nelas batem são inimigas. Mas uma pessoa madura sabe a diferença real. Algumas vezes a verdade pode nos machucar antes que possa nos curar, mas se formos feridos em amor, logo, a cura virá. Esse fato nos ajuda a compreender que alguns ministérios da Palavra são divisíveis e destrutíveis. Há verdade neles, mas a verdade não é partilhada com amor [1].
Que defendamos a Verdade, mas que façamos isso para engrandecer ao Deus Soberano, e não como forma de nos auto-promovermos, pois os que fazem isso são tão hipócritas quanto aqueles a quem eles apontam.
Fonte:
[1] WIERSBE, Warren W. A oração intercessória de Jesus. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, p. 137
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