7 de março de 2009

Os avivamentos através da história

Autor: Antonio Gilberto, consultor doutrinário da CPAD

Deus é infinitamente poderoso para ainda hoje derramar sobre nós o seu Espírito como um rio transbordante, da mesma maneira como fez no passado.

IRINEU (130-200dC), bispo de Lyon, na Gália.

Declarou que no seu tempo muitos cristãos falavam línguas estranhas pelo Espírito e tinham dons, inclusive o de profecia. Irineu foi discípulo de Policarpo, bispo de Esmirna, que, por sua vez, fora discípulo de João, o apóstolo.

JUSTINO MÁRTIR (100-165dC).

Nasceu na Palestina, converteu-se em Éfeso e morreu em Roma. Nos seus escritos, mencionou os dons espirituais em evidência nos seus dias, inclusive o dom de línguas estranhas pelo Espírito Santo.

ORÍGENES (185-254dC), teólogo de renome.

Afirmou que os dons espirituais, inclusive o de línguas, eram um facto notório nos seus dias.

CRISÓSTOMO (347-407dC), patriarca de Constantinopla.

No sentido eclesiástico oriental, o termo “patriarca” designa um bispo investido de prerrogativas e precedências especiais. Crisóstomo relatou um caso em que três membros da sua igreja falaram pelo Espírito Santo em persa, latim e hindu.

AGOSTINHO (354-430dC), bispo de Hipona, no Norte de África.

Deu testemunho de que as línguas estranhas estavam em evidência no seu tempo.

WALDENSES e ALBIGENSES (1140-1280dC).

Isso no Sul da Europa, em plena Idade Tenebrosa – a Era Medieval. Eles eram dissidentes da Igreja Romana, seguidores dos princípios bíblicos da salvação e da vida cristã em geral. Os historiadores afirmam que entre eles havia manifestações espirituais em línguas estranhas, segundo o Novo Testamento.

LUTERO (1483-1546).

Falava em línguas e profetizava, conforme depoimento histórico do Dr. Jack Deer, eminente professor e historiador baptista, do Seminário Teológico de Dallas. Essa informação também é encontrada nas obras História da Igreja Alemã, de Souer (volume 3, pág. 406) e Pentecostes para Todos, de Emílio Conde, pág. 88.

ANABAPTISTAS da Alemanha (1521-1550).

Havia entre eles manifestações do Espírito, inclusive dons espirituais e línguas estranhas, como regista a história.

HUGUENOTES (1560-1650). Eram, na França, protestantes, dissidentes quanto à forma de governo da época, no respeitante à liberdade religiosa. O historiador A. A. Boddy assim escreveu: “Durante a perseguição dos huguenotes, a partir de 1685, havia entre eles os que falavam em línguas, transbordantes de fervor espiritual”.

QUAKERS (1647-1650) e os SHAKERS (1771-1774).

Eram cristãos organizados em grupos distintos, no Nordeste da América do Norte, região da Nova Inglaterra. Dos Quakers (tremedores) e Shakers (puladores), diz a obra História da Igreja, de Philip Schaff, edição de 1882, que entre esses grupos havia manifestação de dons espirituais, inclusive línguas estranhas.

METODISTAS primitivos. Líder: João Wesley (1703-1791), inglês. O historiador Philip Schaff, na sua História da Igreja, edição de 1882, relata que esses metodistas pugnavam por uma vida santa e muitos tinham dons espirituais e falavam línguas. O movimento avivalista metodista começou em 1739, em Londres. Foi no Metodismo que teve maior expressão e vulto o Movimento da Santidade, na América do Norte, entre determinadas igrejas tradicionais, após o início do século XIX, do qual, quase um século depois, surgiu o atual Movimento Pentecostal.

IRVINGISTAS. Líder: Edward Irving (1822-1834), presbiteriano, da Igreja Escocesa de Londres. Irving testemunhou, entre outros factos, que, em 1831, uma irmã solteira, por nome Hall, cheia do Espírito Santo, falou em línguas num culto de oração. A Igreja Presbiteriana local, forçou o pastor Irving a renunciar ao seu pastorado por causa do avivamento que estava ocorrendo e seiscentos membros da igreja da Regent Square, de lá saíram com aquele pastor. Isso também está averbado na obra citada acima, de Schaff.

D. L. MOODY (1837-1899), poderoso evangelista e avivalista norte-americano. Ele era baptista e pregava a salvação em Cristo de modo diferente e objectivo. Pregava a plenitude do Espírito Santo e uma vida cristã cheia do poder do alto. Acerca da sua marcante cruzada cristã evangelística de Londres, em 1873 escreveu Robert Boyd: “Moody pregou à tarde no Auditório da Associação Cristã de Moços, em Sunderland. Em pleno culto houve manifestação de línguas estranhas e profecia. O fogo espiritual dominava o ambiente” (Moody and Sankey in Great Britain, 1875). Há muitos outros exemplos de que, ao longo da história, o Espírito Santo vem sendo derramado sobre aqueles que o buscam. A mundialmente conhecida e respeitada Enciclopédia Britânica, declara: “A glossolália (o falar noutras línguas) esteve em evidência em todos os avivamentos da história da igreja” (volume 22, pág. 282, ano 1944).

O declínio espiritual da igreja

A igreja do primeiro século, pelo poder do Espírito Santo, tornou-se uma força invencível para levar o Evangelho de Cristo aos lugares mais remotos da Terra e conquistou almas para Deus em todos os locais do poderoso Império Romano, até no palácio do imperador César, como se lê em Filipenses 1:13 e 4:22. No fim do primeiro século, a espiritualidade da igreja já havia arrefecido (Apocalipse 2:4,15,20; 3:16-18). Era tão decadente o seu estado que, para cinco das sete igrejas locais mencionadas em Apocalipse 2 e 3, a mensagem do Senhor foi: “Arrepende-te” (2:5,16,22;3:3,19). Nos dias do imperador Constantino, já no quarto século, a igreja foi tutelada pelo Estado, ganhando muita fama. Mas isso fê-la perder espiritualidade e poder. A decadência continuou até que ela se transformou numa organização humana na Idade Média (500-1500dC), em vez de ser um organismo divino, como Corpo de Cristo, como revela o Novo Testamento. Como já vimos, Martinho Lutero foi um homem que experimentou a presença poderosa do Espírito Santo. Deus levantou esse baluarte cristão, por quem a doutrina bíblica fundamental da justificação pela fé foi restaurada à igreja. Lutero foi o instrumento de Deus para desencadear o Movimento da Reforma Religiosa em 1517.

Outros movimentos avivalistas que se seguiram foram pelo Senhor usados para o retorno de outras doutrinas essenciais, como:

a) O avivamento liderado por Wesley – A doutrina da santificação.

b) Os morávios – As missões.

c) O Exército de Salvação – A evangelização e a acção social da igreja.

d) O Movimento Pentecostal – A dotação de poder do alto, mediante o baptismo no Espírito Santo, com a evidência física inicial no falar noutras línguas pelo Espírito, como ocorreu quando o Senhor Jesus baptizou os salvos pela primeira vez, em Jerusalém (Atos 2:1-4). Um exame da história, do ponto de vista religioso, mostra que os trinta anos que precederam o século XIX (1870-1900) foram, na igreja cristã em geral, de declínio espiritual, de disputas teológicas acirradas e vazias, de enfraquecimento na fé cristã, de “cristianismo” formal, de rejeição do sobrenatural, de profissionalismo ministerial, de inactividade na evangelização do mundo e de conformismo quanto à frieza espiritual. Ao mesmo tempo, em diferentes pontos do globo, pequenos grupos de homens e mulheres, movidos por Deus, confessando os seus pecados com arrependimento, clamavam a Deus em oração e jejum por um avivamento de busca da Palavra de Deus, de tristeza e repúdio pelo pecado – um avivamento de santidade e de derramamento de poder do alto para reavivar a igreja. Entre muitos líderes da igreja de então reacendeu a convicção de que há para o crente um baptismo no Espírito Santo subsequente à conversão como afirma Actos 1:4-5. Surgiu também, no íntimo deles, um incontido clamor pela evangelização do mundo, mediante missões estrangeiras, bem como a busca das operações sobrenaturais de Deus, como é o caso da cura divina e demais milagres, segundo as Escrituras. Já nesse tempo de sequidão espiritual, como regista a história, houve, em diferentes pontos do globo, muitos casos de cura divina e baptismo no Espírito Santo, com a manifestação de línguas estranhas.

Fonte: Mensageiro da Paz (CPAD) de Setembro de 2007

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