por Cleison Brugger
Independente do segmento protestante que seguimos, existe um problema que tem estado presente, de forma ativa, em nossas igrejas. Não é um problema novo, aliás, tem sua origem no farisaísmo judaico, aquele que Jesus tanto condenou, mas ainda assim, tem marcado presença na vida e história da igreja. Estou falando da religiosidade.
O grupo dos religiosos está na igreja, mas não faz parte dela. É o joio posto em meio ao trigo. Eles simplesmente não se encaixam com aqueles que preferem viver biblicamente.
O religioso faz tudo "religiosamente"; a presença dele nos cultos é de uma forma religiosa, seu trabalho para o Senhor é de forma religiosa, seu falar tem um tom nefasto de legalismo. Ele é daquele tipo de sal que para nada serve, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens, como nos disse Jesus (Mt. 5.13b).
Sua vida não exala o "bom perfume de Cristo" (2Co. 2.14), pois o cheiro de "sepulcro caiado" (Mt. 23.27) é simplesmente insuportável. Um simples momento conversando com um religioso, perceberemos que tudo o que ele carrega é legalismo, hipocrisia, arrogância e máscara. Simplesmente, o trabalho do religioso é em vão, pois descumpre o que Paulo disse: "No Senhor, o vosso trabalho não é vão" (1Co. 15.58). Seu trabalho é em vão, porque não é para o Senhor, mas sim, para ele mesmo. Ele faz as coisas visando a sua recompensa, visando "cobrar de Deus" (se é que isto é possivel) quando a ocasião for pertinente. Ele "dança conforme a música", para poder obter o lucro de seu trabalho. Ele faz tudo para se auto-promover. Muito fala, mas nada faz. Quer estar por dentro de tudo, mas os reais problemas que precisam de solução, simplesmente ele coloca sobre outros.
Se a igreja precisa de uma limpeza, esta precisa começar, varrendo os religiosos de seus pátios, púlpitos, bancos e serviços. Não precisamos deles! Não precisamos de Ananias e Safira que, para se mostrarem relevantes e importantes, pensam que podem enganar Aquele que conhece os segredos do coração (Salmo 44.21).
Precisamos de gente humilde, de santos anônimos, daqueles que não tem vergonha (e até preferem), trabalhar por trás do cenário e das cortinas. Precisamos de gente que sabe que, por mais que seja difícil lidar com as divergências, o trabalho é única e exclusivamente para o Senhor. Fora os religiosos, que no uso de suas máscaras nefastas, fazem da igreja um teatro grego. Que venham os pescadores, os pastores de ovelhas, os que malham trigos no lagar, os acostumados ao anonimato, para serem relevantes, importantes e úteis na obra do Senhor. A estes, o verso se aplica: "Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil" (I Co. 15.58 - NVI).
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