'Por que as mulheres da Assembleia de Deus no Brasil se vestem assim, quando em outros países do mundo, até mesmo da América Latina, não o fazem? É um costume da Assembleia de Deus no Brasil. Aí, você vai descobrir que essa denominação não começa no sul, mas no norte e no Nordeste, na zona rural. Converteram-se pessoas que vinha da Igreja Católica, da religião popular. E quem viveu no interior do Nordeste, nos anos de 40-60, percebe que a beata católica tinha como características não se pintar, usar cabelos longos presos e roupas longas. Tal costume, então, dessa denominação é, na verdade, uma absorção da cultura católica popular, que depois se tornou doutrina.' (CAVALCANTI, p. 145, 2000)
Penso que a questão não se limita apenas ao que foi colocado acima, mas também, ao processo de 'conversão à cultura dos missionários'.
No ano de 1946, o missionário sueco Otto Nelson (1891-1982), então presidente da Assembléia de Deus em São Cristovão, Rio de Janeiro, em sessão ordinária, deliberou o seguinte:
'1) Não será permitido a nenhuma irmã membro desta igreja raspar sobrancelhas, cabelo solto, cortado, tingido, permanente ou outras extravagâncias de penteado, conforme usa o mundo, mas que se penteiem simplesmente como convém às que professam a Cristo como Salvador e Rei.
2) Os vestidos devem ser suficientemente compridos para cobrir o corpo com todo pudor e modéstia, sem decotes exagerados e as mangas devem ser compridas.
3) Se recomenda às irmãs que usem meias, especialmente as esposas dos pastores, anciãos, diáconos, professoras de Escola dominical, e dos que cantam no coro ou tocam.
4) Esta resolução regerá também toda as congregações desta igreja.
5) As irmãs que não obedecerem ao que acima foi exposto serão desligadas da comunhão por um período de três meses. Terminando o prazo, e não havendo obedecido à resolução da igreja, serão cortadas definitivamente por pecado de rebelião.
6) Nenhuma irmã será aceita em comunhão se não obedecer a estas regras de boa moral, separação do mundo e um vida santa com Jesus. Estamos certos de que todas as irmãs que amam ao Senhor Jesus cumprirão, com gozo, o que foi resolvido pela igreja.
O Ministério'
(Fonte: Daniel, Silas. História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004. p. 219)
A resolução acima foi publicada no Mensageiro da Paz, gerando uma polêmica que culminou numa retratação, publicada na edição da 2ª quinzena de janeiro de 1947 do já citado jornal:
'AVISO
O Ministério da Assembléia de Deus no Rio de Janeiro deseja fazer público que, de acordo com a igreja, retira as regras publicadas no Mensageiro da Paz da 1ª quinzena de julho, estabelecidas para as irmãs membros da igreja, pois sem elas as irmãs obedecem a Palavra de Deus (grifo nosso).
O Ministério'
(Fonte: idem, p. 222)

Diante de todas as questões que envolvem usos e costumes, a imposição de regras nos termos aqui expostos, não é o melhor caminho. Prefiro a promoção de uma tomada de consciência quanto ao bom senso e ao pudor, fundamentados nos princípios espirituais, éticos e morais da Santa Palavra de Deus.
fonte: http://www.altairgermano.com/2009/04/usos-e-costumes-assembleianos.html"